quarta-feira, 19 de junho de 2013

A Rainha de Espadas: As cartas na terapia.

A Rainha de Espadas: As cartas na terapia.: Dei uma arrumada no visual do blog! E para estrear resolvi postar esse texto que escrevi já faz um tempo! Muito além de ser apenas um ...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Dos pés



Dos pés

Diante da proposta da minha professora da arte da dança do ventre, resolvi tomar pé (trocadilho besta, né?) do assunto e expor uma opinião. Lá vamos nós.

Começa que minha opinião não é definitiva nem imutável, mas apenas uma visão que tenho no momento do que os pés representam para mim.

Os pés são dois. Não são iguais e jamais pretenderão ser assim. Cada um do seu lado. Mas um está sempre dependendo do outro.

Não tenho fetiches com pés. Quanto aos meus, gosto de vê-los. Não os acho feios, mas há dias em que estão realmente mal-arrumados. Curto unhas pintadas, calcanhares lisos e hidratados. Já descobri que para ficarem lindinhos como eu gosto, preciso escolher os calçados certos, senão todo esforço em mantê-los como gosto são em vão.

Meus pés andam. Flanam. Passeiam. 

Os meus pés correm. Percorrem. Alcançam.

Estes meus pés dançam. Respondem ao que minha alma pede. Ao que a vontade ordena. Se ela diz: “vá ser feliz!” é porque provavelmente está tocando música. Uma melodia. Qualquer som, nem que seja de colher na panela ou de cascas de coco batendo. Os meus pés mexem. Logo põem meu corpo no reflexo.

Sinto prazer através dos pés. Piso na areia da praia e recebo massagem. Sinto a água do mar e refresco. Depois de um dia cansativo, se os mergulho na bacia de água morninha, eles levam o relaxamento ao resto do corpo.

Massageio meus pés. E gosto de neles receber massagem (de preferência quando estão em ordem, daquele jeitinho que já falei que gosto). 

Já fiz massagem em pés alheios: de amores que tenho e tive. De quem precisava melhorar a saúde. De quem eu senti que precisava de uma descarga de boa energia através de um toque amoroso.

Meus pés já chutaram. Muito! Bola, pedrinha, parede, ar e até barriga – é, isso mesmo. Não vim de casca de ovo. 

Já tive chulé, unha encravada, calo. Já furei, entrou farpa. Cortei. Ralei. Mas curei. E estão aqui. 

Quando me alongo, toco neles. Quando medito sentada, eles se juntam. Talvez troquem confidências. Talvez só troquem energias. Juntos, trocam o passo. E eu, sigo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Torre que rui

Já pensou que tudo o que parece desmoronar é, na verdade, a quebra de sua casquinha de proteção?
Te joga! Depois limpa os escombros.
O importante que a vida tem a ensinar é que é muito bom estar vivo, não anestesiado.

Conselho do dia: tá trincado? Cedo ou tarde racha. Deixa ruir. Vai que a próxima coisa a ser construída não sai até melhor?

Boa tarde.

sábado, 1 de setembro de 2012

Mote para um próximo texto

Bom, nao posso exigir seu amor. Mas posso tentar dar motivos pra vc descobrir como gostar de mim. -- Manjericão Abranda (@manjericaoabran)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Marasmo ou egoísmo?

Com o coração cada vez mais afastado da sala de aula, escrevo sobre o novo ritmo de vida a que desejo me impulsionar.

Não é desabafo, não estou compartilhando. Como disse a mim mesma, escrevo porque é terapêutico.

Estou cansando de estudar, preparar material, estratégias e, quando me dirijo a uma sala de aula, encontro desinteresse, descaso, resistência em aprender, preguiça, incompreensão do papel que minha profissão tem para a cidade. Nem vou levar em consideração o mundo.

Não é a idade - alguém poderia me perguntar essa gracinha - nem os cabelos brancos, atualmente ultra-bem-disfarçados. O que eu acho que está me ocorrendo é a falta de tesão em trabalhar tendo que ensinar.

Pode me chamar de egoísta. Tô sim. E me sentindo cada vez mais sem necessidade de me desgastar para melhorar meu entorno. Eu penso que seja fase. Não sei quando há de passar.

Mas o mais interessante não é o desânimo que qualquer "ensinador" tem de vez em quando. O que me parece meio paradoxal, antitésico (neologismo? eu teria dito até "antitético") é que não me vejo ainda em outra profissão.

Gosto muito de me empenhar em aprender coisas novas. Logo, sou uma estudante de carteirinha, uma eterna aprendedora (valia aqui aprendiz, mas cansei da palavra, se você me permite). O natural é que eu repasse aquilo que sei, que aprendi, que estou aprendendo. O entrave aqui é: pra quê? A troco de que eu iria dividir o que eu aprendi? Só se fosse com quem quer. Neste momento, não me disponho a conquistar a atenção nem a despertar o interesse de criatura nenhuma.

Se você aí que leu este post(zinho) tiver alguma opinião, diga. Quem sabe movimente algo aqui dentro.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Depilação... cilada Bino!‏

Caraca, isso aqui a minha amiga resgatou num blog antes de ele sair do ar e me mandou, em 2009. Não sei de quem é o texto original. Se você for @ autor@, por favor, me avise. :)


 Sente o drama de uma depilação...hihihi


x-x-x-x-x




"Tenta sim. Vai ficar lindo." 
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética. 
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope. 
- Vai depilar o quê? 
- Virilha. 
- Normal ou cavada? 
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito. 
- Cavada mesmo. 
- Amanhã, às... deixa eu ver...13h? 
- Ok. Marcado. 
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique.
Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. 
Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas. 
- Querida, pode deitar. 
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. 
Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte. 
- Quer bem cavada? 
- ...é... é, isso. 
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes. 
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda. 
- Ah, sim, claro. 
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça). 
- Pode abrir as pernas. 
- Assim? 
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado. 
- Arreganhada, né? 
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. 
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você? 
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. 
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas. 
- Quer que tire dos lábios? 
- Não, eu quero só virilha, bigode não. 
- Não, querida, os lábios dela aqui ó. 
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. 
Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo. 
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor. 
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail. 
- Olha, tá ficando linda essa depilação. 
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto. 
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça. 
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá? 
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada. 
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir. 
- Vamos ficar de lado agora? 
- Hein? 
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada. 
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens. 
- Segura sua bunda aqui? 
- Hein? 
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. 
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria: 
- Tudo bem, Pê? 
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente. 
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu tuin peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? 
Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto. 
- Vira agora do outro lado. 
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina. 
- Penélope, empresta um chumaço de algodão? 
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? 
Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente. 
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha. 
- Máquina de quê?! 
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol. 
- Dói? 
- Dói nada. 
- Tá, passa essa merda... 
- Baixa a calcinha, por favor. 
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável. 
- Prontinha. Posso passar um talco? 
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha. 
- Tá linda! Pode namorar muito agora. 
Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada. 
Queria comprar o domínio preserveasxaninhaspeludas.com.br